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CONSULTA PÚBLICA SECOVID/MS Nº 1, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2021

CONSULTA PÚBLICA SECOVID/MS Nº 1, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2021


Ref.: 25000.184618/2021-87, 0024471968


Exmo. Sr. Ministro da Saúde,


Viemos, respeitosamente, por meio deste documento ressaltar não apenas a importância, mas a necessidade crítica de iniciar com urgência, no Brasil, a vacinação de crianças entre 05 e 11 anos de idade, com a vacina Comirnaty, produzida pela Pfizer e BioNTech o mais rápido possível.

Neste documento, apresentamos não só evidências apontando a segurança e eficácia da vacina Comirnaty para este público, mas também dados epidemiológicos que embasam a necessidade de iniciar essa campanha de vacinação o mais rápido possível. Afirmamos que não há controvérsias/dissenso na comunidade científica sobre a segurança e a eficácia desta vacina para a faixa etária estipulada. Tampouco existem divergências sobre a importância de iniciar imediatamente a oferta de imunizantes às crianças de 5 a 11 anos.

Expressamos também nossa contrariedade em conduzir a avaliação desta iniciativa por meio de consulta pública, uma vez que tanto a agência regulatória ANVISA quanto a câmara técnica de assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-COVID), além de diversos outros órgãos científicos, já emitiram parecer amplamente favorável. Reiteramos nosso apoio e confiança nessas instituições, que são constituídas para avaliação técnico-científica do tema a partir de profissionais técnicos competentes que exercem a função. Em contexto de crise sanitária mundial, temas como este devem ser avaliados pelo Ministério da Saúde mediante consulta restrita às autoridades e sociedades técnico-científicas que possuem capacidade para tal, critério já garantido nas instâncias citadas.

Entendemos ainda que a escolha por encaminhar uma consulta pública, após aval da ANVISA e do CTAI-COVID, (ação sem precedentes na história do Programa Nacional de Imunizações (PNI/MS)), abre caminho para o aumento da hesitação vacinal na população e para o fortalecimento do movimento antivacina no país. Inclusive o próprio PNI, recentemente, externou preocupação com essa situação quando realizou ação neste sentido, um encontro com diversos especialistas em imunização e hesitação vacinal. A Organização Mundial de Saúde (OMS) listou, em 2020, a hesitação vacinal como uma das dez ameaças globais à saúde pública. Sendo assim, o questionamento das decisões cientificamente embasadas das agências competentes, externado através da consulta pública instaurada pelo Ministério da Saúde brasileiro, boicota o árduo trabalho de construção da cultura vacinal em nosso país, realizado pelo PNI/MS, que é historicamente exemplar no mundo inteiro. Tais ações colocam em risco o calendário vacinal, tão relevante para a saúde preventiva no país.

Ressaltamos que estamos vivendo um tempo de incertezas e medo, em uma pandemia ainda em curso. Medo da própria doença, suas complicações e sequelas. Medo de perder quem se ama. Medo de variantes vindouras e de novas restrições que mudem ainda mais nossa realidade diária. Nossa maior preocupação é saber que o sentimento de medo é um solo fértil para que cresçam a insegurança e a desinformação. Em uma era de amplo acesso a informações, muitas vezes sem filtro de qualidade ou veracidade das mesmas, conteúdos de todas as partes do mundo podem chegar a milhões de pessoas em poucos minutos. Notícias sem embasamento científico, sem crivo de especialistas ou sociedades científicas, vindas de todas as partes do mundo, contribuem para o aumento da hesitação.

SOBRE OS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

Segundo estudos realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), quase metade das crianças e adolescentes brasileiros mortos por Covid-19 em 2020 tinham até 2 anos de idade; um terço dos óbitos até 18 anos ocorreu entre os menores de 1 ano e 9% entre bebês com menos de 28 dias de vida. Os dados analisados foram obtidos da plataforma Sistema de Informação sobre Mortalidade Infantil (SIM), do Ministério da Saúde (MS). As taxas de mortalidade por COVID-19 em crianças e adolescentes no Brasil (2.453/58 milhões entre 2020 e 2021) são substancialmente mais altas do que em países como os Estados Unidos da América (800/79 milhões) e Reino Unido (68/15 milhões), conforme apresentado recentemente.

Observando os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), no ano de 2020, 10.356 crianças entre 0 e 11 anos foram notificadas com diagnóstico de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19, das quais 722 evoluíram para óbito. Em 2021, as notificações se elevaram para 12.921 ocorrências na mesma população, com 727 mortes, totalizando 23.277 casos de SRAG por Covid-19 e 1.449 mortes desde o início da pandemia. Ainda, dentre esses casos, 2.978 ocorreram em crianças de 5 a 11 anos, com 156 mortes, em 2020. E em 2021, já foram registrados 3.185 casos nessa faixa etária, com 145 mortes, totalizando 6.163 casos e 301 mortes desde o início da epidemia. Os dados são da plataforma SIVEP-Gripe.

O CONASS destaca que, no Brasil, a experiência com os casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), que pode ser desencadeada pela infecção por SARS-CoV-2, mostrou que 64% das crianças/adolescentes acometidos tinham entre 1 e 9 anos de idade (mediana: 5 anos). Entre as crianças hospitalizadas, a necessidade de internação em UTI ocorreu em 44,5% dos casos e a letalidade foi de 6% (cerca de 5 vezes superior à relatada nos Estados Unidos) (RELVAS-BRANDT et al., 2021). O número de mortes por Covid-19 em crianças supera o total de mortes por doenças para as quais temos vacinas disponíveis, que somaram 955 vítimas entre 2006 e 2020 no país, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

Em recente manifestação, as Sociedades Brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP), Imunologia (SBI) e Infectologia (SBI), além de instituições como a Academia Nacional de Medicina (ANM), Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) tornaram público o apoio à vacinação de crianças de 05 a 11 anos no Brasil, destacando a relevância da carga da doença nesta população, as milhares de hospitalizações e centenas de mortes pela Covid-19, além de outras consequências da infecção nesta faixa etária, como a Covid longa.

Dados publicados demonstram que crianças têm risco de desenvolver quadro clínico grave de Covid-19, mesmo as que não apresentam comorbidade, imunocomprometimento ou que fazem uso de imunossupressores por longo prazo. Até julho de 2021, 16.000 crianças nos Estados Unidos da América foram hospitalizadas e mais de 300 morreram. Ainda, as crianças infectadas pelo SARS-CoV-2 também correm o risco de desenvolver uma doença rara, chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica, que envolve a inflamação de várias partes do corpo. Cerca de 4.100 casos de SIM-P foram registrados apenas nos EUA. Considerando os dados disponíveis na literatura sobre Covid longa, estima-se que mais da metade das pessoas diagnosticadas para Covid-19 possam experienciar algum sintoma da Covid longa, a curto e longo prazo.

Na emergência de variantes com maior transmissibilidade, como a Ômicron (B.1.1.529), os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul indicam um aumento de hospitalizações em menores de 19 anos. O pico de crescimento é mais acentuado na faixa etária de crianças menores de um ano, conforme o gráfico abaixo, apontando uma tendência de crescimento para as próximas semanas:

(Figura 1)

Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention - CDC) dos EUA também mostram um aumento considerável de hospitalizações por Covid-19 em crianças após julho de 2021, consistente com um aumento de mobilidade populacional, em um cenário no qual as crianças, por não estarem vacinadas, estão mais expostas aos riscos atrelados a doença:

(Figura 2)

O CDC também indica que há uma sobreposição entre a SIM-P e os casos de Covid-19, trazendo preocupação para um potencial aumento após as festividades de fim de ano no Brasil, período conhecido pelo aumento de mobilidade e diminuição de adesão ao distanciamento social.

(Figura 3)

SOBRE A VACINAÇÃO EM CRIANÇAS

Segundo dados analisados e apresentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no dia 16 de dezembro de 2021, a vacina ComirnatyⓇ, desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer Inc. e BioNTech SE, tem uma apresentação diferenciada em relação à vacina aplicada nos indivíduos acima de 16 anos: a vacina apresenta uma concentração reduzida de ácido ribonucleico (RNA) mensageiro, além do volume de aplicação também ser reduzido e o veículo ser diferente. Esta vacina indicada ao público alvo de 05 a 11 anos não se mostrou inferior, quanto a sua imunogenicidade (isto é, a indução de anticorpos neutralizantes após a vacinação), quando comparada com a vacina utilizada no público de 16 a 25 anos. Esta imunogenicidade se manteve elevada, mesmo considerando variantes de preocupação, como a variante Delta.

Os dados também estão disponíveis na publicação online na revista New England Journal of Medicine (NEJM), que apresenta dados de elevada eficácia (90,7%) em casos de Covid-19 com início de sete dias ou mais após a segunda dose, relatada em três crianças vacinadas e em 16 crianças do grupo placebo. Quanto ao perfil de segurança da vacina, nenhum caso grave foi relatado no público entre 05 e 11 anos, sendo a dor no local da injeção (leve a moderada) o efeito adverso mais frequentemente relatado, com resolução completa em poucos dias.

Segundo os dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, até o dia 16 de dezembro de 2021, foram reportados oito casos de miocardite num total de mais de 7 milhões de crianças de 05 a 11 anos que receberam o imunizante acima referido (cerca de 0,00011%). Segundo o CDC, todos os anos, registram-se um a três casos de miocardite por cada 100.000 crianças e adolescentes sem relação com a Covid-19 (cerca de 0,003%). No entanto, a Covid-19 aumenta em cerca de 36 vezes o risco de miocardite para indivíduos menores de 16 anos. Um estudo recente aponta que entre 255 pacientes que desenvolveram SIM-P após a infecção pelo vírus da Covid-19, 75% tiveram miocardite. Mesmo considerando os relatos após a vacinação, segundo os dados apresentados pela ANVISA em reunião, o maior risco observado para miocardite após a vacinação não excedeu 0,07% (em meninos na faixa dos 16 a 17 anos). Portanto, este consenso em um número majoritário de estudos permite concluir que, quaisquer riscos de eventos adversos graves, com possibilidade de relação com a vacinação a ser confirmada, são significativamente inferiores aos benefícios promovidos pela própria vacinação. Isto é, a vacinação é segura, com baixíssimos riscos de eventos adversos e a melhor medida de combate à doença que temos neste momento.

(figura 4)

Segundo dados públicos das investigações conduzidas em Israel, os casos de miocardite relatados após a vacinação (cerca de 2,3 a cada 100.000 indivíduos - 0,0023%) em indivíduos maiores de 16 anos tiveram evolução benigna, sendo a grande maioria de intensidade leve a moderada. Não houve mortes relacionadas aos eventos de miocardite.

Em epidemias, as medidas de controle incluem a vacinação e o alcance da cobertura vacinal adequada, de acordo com o curso das doenças. Ainda, quando doenças podem ser prevenidas pela vacinação, esta é a principal medida de saúde coletiva para a proteção da população. Historicamente, a vacinação de populações tem sido um fator fundamental para o controle das epidemias. No caso da Covid-19, a vacinação é uma estratégia importante para a faixa etária de 05 a 11 anos, conforme os dados aqui mencionados apontam, visto que apesar de vacinas não serem produtos farmacológicos isentos de efeitos adversos, os riscos da infecção por SARS-CoV-2 superam amplamente os riscos de efeitos adversos. Dessa forma, pelos benefícios da vacinação das crianças de 05 a 11 anos serem evidentemente superiores aos riscos de efeitos adversos, conforme os dados demonstram, é necessário e urgente o início da vacinação também deste grupo etário.

Por fim, considerando que a vacinação em massa diminui o número de internações hospitalares, incluindo ocupação de leitos em UTI, e diminui significativamente a transmissão do vírus, a campanha infantil vem de encontro à consolidação da tão esperada cobertura vacinal. A campanha de vacinação infantil terá impacto direto na diminuição de óbitos de crianças, sequelas advindas da doença e, além disso, impactos econômico e social positivos/relevantes ao diminuir o uso de leitos hospitalares e a transmissão do vírus no retorno às atividades escolares e encontros sociais.


CONCLUSÕES

Considerando os dados acima citados, bem como as análises realizadas por agências reguladoras internacionais e do Brasil, as quais já emitiram a aprovação para o uso do imunizante desenvolvido pela Pfizer Inc. e BioNTech SE para o público de 05 a 11 anos;

Considerando a alta carga viral que a Covid-19 pode oferecer a crianças de 05 a 11 anos, as consequências da infecção como a SIM-P, o risco de hospitalização e óbito, além do risco de manifestações pós-infecção aguda na Covid Longa;

Considerando as análises e cartas em prol da vacinação da faixa etária de 05 a 11 anos, de sociedades brasileiras, como a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), entre outras sociedades de grande relevância;

Considerando a emergência de uma variante com potencial de maior transmissibilidade, somado aos dados epidemiológicos da África do Sul e de outros países, os quais estão enfrentando a aceleração de casos decorrentes da variante Ômicron (B.1.1.529);

Considerando a tendência de aumento de carga da doença nessa população não-vacinada com a nova variante Ômicron (B.1.1.529), aumentando ainda mais as hospitalizações e os óbitos entre crianças;

Considerando o retorno completo das aulas presenciais em 2022, fato que pode ampliar a transmissão da doença entre esse grupo de 05 a 11 anos;

Considerando as hospitalizações analisadas e apresentadas nas semanas epidemiológicas apontadas e o fato de os números de óbitos já superarem valores observados para outras doenças preveníveis por vacinas, no período de 2006 a 2020;

Considerando que os benefícios da vacinação superam os riscos de quaisquer eventos adversos graves raros que possam ser observados após a vacinação;

Considerando o extenso monitoramento que será realizado durante a campanha de vacinação para crianças de 05 a 11 anos, como já afirmado pela ANVISA e como parte da farmacovigilância do país;

Ressaltamos a necessidade crítica e a importância de iniciar, com urgência, a campanha de vacinação para crianças de 05 a 11 anos no Brasil com o imunizante ComirnatyⓇ, conforme estabelecido pelo parecer e análise da agência reguladora brasileira - a ANVISA - com toda a exigência de monitoramento e compartilhamento de dados colocada pela agência à farmacêutica.


ASSINATURAS

  • Alessandro dos Santos Farias - Imunologista, Chefe do Departamento de Genética, Evolução, Imunologia e Microbiologia do Instituto de Biologia da Unicamp, Coordenador da Frente de Diagnósticos da Força Tarefa da Unicamp Contra a COVID-19.

  • Alexandra Boing - epidemiologista. Professora da Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC e membro do Observatório Covid-19Br

  • Alexandre Rodrigues da Silva, médico infectologista, Hospital Estadual Dório Silva e Hospital Meridional Serra, Serra/ES. Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

  • Alexandre Vargas Schwarzbold, médico infectologista, Professor de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria-UFSM. Investigador Principal da Vacina de Oxford /AZ.

  • Ana Carolina Peçanha Antonio, Médica Intensivista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, diretora clínica do Hospital Independência (Rede de Saúde Divina Providência) e doutora em Ciências Pneumológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

  • Ana Claudia Farranha, professora e pesquisadora. Doutora em Ciências Sociais, pela UNICAMP. Professora Associada da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. Membro do Comitê Executivo da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas - RBMC

  • Ana Claudia Tonelli de Oliveira, médica, faculdade de Medicina da UNISINOS e Serviço de Medicina Interna do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

  • Ana de Medeiros Arnt - Bióloga, docente e pesquisadora do Instituto de Biologia da Unicamp, Coordenadora do Blogs de Ciência da Unicamp e do Especial COVID-19. Colaboradora do Todos Pelas Vacinas.

  • Ana Maria de Brito MD, MsC, PhD - Médica Pesquisadora do Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz (IAM/Fiocruz); Profa Adj (aposentada) da Faculdade Ciências Médicas, Universidade de Pernambuco (FCM/UPE); Pós-doutorado na Univ California em Berkeley, EUA

  • Andre Longo Araujo de Melo, Médico, Cardiologista, Secretário de Saúde de Pernambuco, Vice Presidente CONASS Nordeste

  • Andréa Dessen, docente do Instituto de Biologia da Unicamp, pesquisadora do CNPEM (Campinas) e do Institut de Biologie Structurale (França).

  • Andréa Fachel Leal, professora e pesquisadora, Professora Associada do Departamento de Sociologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), RBMC

  • Andressa Menezes de Souza, Mestre em Divulgação Científica e Cultural (Unicamp), professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).

  • Antonio Carlos Rodrigues de Amorim, Professor e pesquisador da Faculdade de Educação da Unicamp

  • Brigina Kemp, enfermeira, epidemiologista. Assessora do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo - COSEMS/SP e Observatório Covid-19 BR

  • Bruno Caramelli, Professor Associado de Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP.

  • Bruno Robalinho C. Barbosa - Médico cardiologista intervencionista Hospital João XXIII, Campina Grande-PB, doutorando em cardiologia pela USP/InCor/UFPB.

  • Carlos Alfredo Joly, Biólogo, Professor Emérito da Unicamp, Instituto de Biologia da Unicamp

  • Carlos Eduardo Almeida, Ph.D. CNPq Research Productivity Granted - PQ-2, Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Salvador, Campus Ondina, Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Evolução (PPGBioEvo)

  • Carlos Lula, Secretário de Saúde do Maranhão, Presidente do CONASS

  • Carmen Veríssima Ferreira Halder, Farmacêutica, Doutora em Biologia Funcional e Molecular (área Bioquímica). Professora do Departamento de Bioquímica e Biologia Tecidual, Instituto de Biologia, Unicamp

  • Carolina Frandsen Pereira da Costa, Blogs de Ciência da Unicamp, Todos Pelas Vacinas.

  • Cecilia Maria Bacellar Sardenberg, Professora Titular de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismos (PPGNEIM), Universidade Federal da Bahia (UFBA).

  • Cíntia Bittar Oliva, Bióloga, Virologista, Professora do Programa de Pós-graduação em Microbiologia, Unesp - IBILCE, Vice-presidente Junior da Sociedade Brasileira de Virologia

  • Cláudia Bica, Professora e Pesquisadora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

  • Claudio C. Werneck, Professor e Pesquisador no Departamento de Bioquímica e Biologia Tecidual, Laboratório de Fibras Elásticas, Instituto de Biologia da Unicamp.

  • Claudio Maierovitch Pessanha Henriques, médico sanitarista da Fiocruz Brasília.

  • Cristina Baldauf, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Embaixadora do Parent in Science.

  • Cristina Bonorino, Professora Titular de Imunologia da UFCSPA, Pesquisadora Convidada da Universidade da Califórnia em San Diego, e membro dos Comitês Clínico e Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia.

  • Daniel Martins-de-Souza, Bioquímico e Neurocientista, Professor Associado de Bioquímica do Instituto de Biologia da Unicamp.

  • Daniel Shikanai Kerr, Doutor pelo Instituto de Química da USP, Professor do Instituto Federal Catarinense

  • Daniel Y. Bargieri - Professor Associado do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

  • Décio Diament, médico infectologista e intensivista, doutor em medicina pela UNIFESP, médico do Departamento de Pacientes Graves do Hospital Israelita Albert Einstein

  • Eleonore Zulnara Freire Setz, profa. Dra. Depto Biologia Animal, IB, UNICAMP

  • Elizabeth Bilsland, laboratório de Biologia Sintética, do Instituto de Biologia da Unicamp.

  • Érica Mariosa Carneiro - Coordenadora de Redes do Blogs de Ciência da Unicamp, Editora do Especial COVID-19, Colaboradora do Todos Pelas Vacinas.

  • Ethel Maciel, Epidemiologista, Professora Titular da Ufes e Presidente da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose

  • Euclides Ayres de Castilho, professor titular sênior do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP ; professor emérito dessa faculdade

  • Eveline Fernandes Nascimento Vale, médica infectologista pelo Hospital São José de Doenças Infecciosas, mestra em Medicina Tropical pela Universidade de Brasília (UnB), especialista em Educação em Saúde para Preceptores no SUS pelo Hospital Sírio-Libanês, supervisora da Residência Médica em Infectologia do Hospital de Base do Distrito Federal, médica de referência em genotipagem do HIV (MRG), médica infectologista do Serviço de Infectologia do Hospital de Base do Distrito Federal, docente do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) do Distrito Federal, membro da Câmara Técnica de Infectologia da Secretaria de saúde do Distrito Federal (SES-DF), membro da Câmara Técnica de HIV/Aids da SES-DF.

  • Fábia Alexandra Pottes Alves, professora Associada do departamento de enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco/UFPE. Doutora em Saúde Pública pelo Instituto Aggeu Magalhães/FIOCRUZ

  • Fábio Fernandes Dantas Filho, médico, faculdade de Medicina da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) , Serviço de Medicina Ocupacional do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

  • Fernanda Borges - Hora de Vacinar

  • Fernanda Delvalhas Piccolo, Antropóloga, Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ)

  • Flávia Maria Darcie Marquitti, Pesquisadora de Pós Doutorado do Instituto de Biologia e Instituto de Física 'Gleb Wataghin' – Unicamp; Observatório Covid-19 BR

  • Flávia Marques Ferrari - Bióloga, Observatório Covid-19 BR, Todos Pelas Vacinas e Rede Brasileira de Mulheres Cientistas

  • Flávia Oliveira Costa, médica infectologista pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Superintendente da Região de Saúde Centro Sul da Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), membro da Câmara Técnica de Infectologia da SES-DF.l.

  • Flavio Antonio Maës dos Santos, Biólogo, Professor Titular, Instituto de Biologia da Unicamp.

  • Gabriela Dias da Silva, mestre e doutora em ciência e tecnologia em Química. Pesquisadora no IQ-UNESP

  • Gerson Sobrinho Salvador de Oliveira, infectologista do Hospital Universitário da USP.

  • Giovanni Sampaio Palheta, Biólogo, Divulgador científico - Rolê científico.

  • Giovana Dantas - Bióloga. Doutora em Neurociências. Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor. DDPA/SEAPDR.

  • Gisela de Aragao Umbuzeiro. Prof titular da FT, Unicamp.

  • Guilherme Hammarstrom Dobler, Biólogo, Médico Veterinário, Fiscal Agropecuário Estadual, Mestre em Educação nas Ciências.

  • Guilherme Werneck, médico e professor do Instituto de Medicina Social da UERJ, Observatório Covid-19 BR

  • Gulnar Azevedo e Silva- professora de epidemiologia do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro-UERJ

  • Helder Nakaya, Imunologista, Pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein

  • Helena Lage Ferreira, professora associada da Faculdade de zootecnia e engenharia de alimentos da universidade de São Paulo (FZEA-USP), 1ª secretaria da SBV

  • Isaac Schrarstzhaupt - Rede Análise Covid-19

  • Ismael Alexandrino, Médico, Sec Est da Saúde de Goiás, Vice-Presidente do Conass;

  • Jamal M. A. H. Suleiman - Médico Infectologista Instituto de Infectologia Emilio Ribas

  • Januario Montone, consultor e pesquisador independente em saúde

  • Jéssica Nazareno - Rede Análise Covid-19

  • José Andrés Yunes, Pesquisador do Centro Infantil Boldrini e professor colaborador do Depto de Genética Médica, FCM, UNICAMP.

  • José David Urbaez Brito, médico infectologista, mestre em Doenças Infecciosas pela UnB, mestre em Doenças tropicais pela Universidade de Valência-Espanha, infectologista do Centro Especializado em Doenças Infecciosas do Distrito Federal, membro da Câmara Técnica de Infectologia da SES-DF, membro da Câmara Técnica de HIV/AIDS da SES-DF, preceptor da residência de infectologia da SES-DF, Presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal.

  • José Gallucci-Neto - Diretor dos Serviços de VEEG e ECT do IPq Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

  • Joseane Chiabai, médica alergista e imunologista, Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes e Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (Vitória/ES). Doutorado em Medicina/Pediatria e Saúde da Criança pela PUCRS.

  • Josué Alencar Bezerra - Geógrafo, Doutor em Geografia, Professor e Pesquisador sobre Planejamento Urbano e Regional da UERN.

  • Juan Mendes da Silva, Enfermeiro Intensivista, Secretário de Saúde do Amapá, Vice Presidente CONASS Norte

  • Juliana do Couto Ghisolfi, Cientista Política, UFMT; Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.

  • Julio de Carvalho Ponce, doutor em epidemiologia pela Universidade de São Paulo.

  • Julliana Tenorio Macêdo de Albuquerque Costa, médica pediatra assistente do Hospital da Criança de Brasília José de Alencar, médica pediatra assistente do Hospital Materno Infantil de Brasília Dr. Antônio Lisboa, Referência Técnica Distrital em Pediatria SES/DF, Coordenadora da Câmara Técnica de Pediatria da SES/DF, Membro do Comitê Gestor da Criança Feliz Brasiliense, Conselheira Suplente no Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal, Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria;

  • Kamila Santos de Paula Rabelo, Doutoranda pela Universidade Federal de Goiás.

  • Karina Calife - Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Rede Brasileira de Mulheres Cientistas, Médica Sanitarista

  • Laila Blanc Árabe - União Pro Vacina

  • Larissa Brussa Reis- Rede Análise Covid-19, Todos Pelas Vacinas, União Pró-Vacina e Rede Brasileira de Mulheres Cientistas

  • Leandro Spalato Torres - Hora de Vacinar

  • Leandro Tessler, professor do IFGW, Unicamp.

  • Leda Gitahy, professora do Instituto de Geociências Unicamp

  • Leonardo Rovatti - Biólogo, Rede Análise Covid-19, Todos Pelas Vacinas

  • Leonardo S Bastos - Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, grupo MAVE e Observatório COVID-19 BR.

  • Leonardo Souto Ferreira - físico, estudante de Mestrado no IFT-UNESP. Observatório Covid-19 BR. Pesquisa em epidemiologia matemática.

  • Letícia Sarturi Pereira - Professora Titular da Universidade Paulista, Membro da União Pró-Vacina, Podcast Escuta a Ciência!, Todos Pelas Vacinas

  • Licio Augusto Veloso, professor e pesquisador na Unicamp.

  • Lisandra Serra Damasceno, médica infectologista do Hospital São José de Infecciosas do Estado do Ceará, mestra em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Doutora em pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas pela Fiocruz/RJ, membro da Comissão de Epidemiologia da Abrasco, docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, Vice-coordenadora da Pós-graduação em Saúde Pública da UFC.

  • Lívia Okuda, estudante da Universidade Estadual de Campinas, União Pró-Vacina

  • Lívia Vanessa Ribeiro Gomes Pansera, médica infectologista, mestre em Medicina Tropical (Clínica das Doenças Infecciosas e Parasitárias) pela UnB, médica infectologista do Hospital de Base do Distrito Federal, preceptora do Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Base do Distrito Federal, Referência Técnica Distrital em Infectologia da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Coordenadora da Câmara Técnica de Infectologia da SES-DF, Coordenadora da Câmara Técnica de Diretrizes e Orientações para o Manejo da COVID-19 da SES-DF, membro da Câmara Técnica de HIV/Aids da SES-DF. Vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal.

  • Lorena G Barberia - Professora, Universidade de São Paulo, Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade, Observatório COVID-19 Br e Rede Brasileira de Mulheres Cientistas

  • Lucas Furstenau de Oliveira, Universidade de Caxias do Sul

  • Lucia Pellanda, Médica pediatra, professora de epidemiologia da UFCSPA

  • Luciana Santana, cientista política - Rede Análise Covid-19 e Rede Brasileira de Mulheres Cientistas

  • Luiz Carlos Dias, Instituto de Química, Unicamp.

  • Luíza Morais de Matos, médica infectologista, mestre em Medicina Tropical (Clínica das Doenças Infecciosas) pela UnB, médica infectologista do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Materno Infantil de Brasília Dr. Antonio Lisboa, Referência Técnica Distrital Colaboradora da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, membro da Câmara Técnica de Infectologia da SES-DF, bacharel em Direito.

  • Marcelo Alves de Souza Bragatte - bacharel e licenciado em ciências biológicas, mestre em Genética e Biologia Molecular, UFRGS, Rede Análise Covid-19, Todos Pelas Vacinas, União Pró-Vacina

  • Marcelo Eduardo Borges - biólogo, Observatório Covid-19 BR

  • Marcelo Ferreira da Costa Gomes - MAVE, PROCC/Fiocruz, Observatório COVID-19 BR, colaborador científico da rede nacional de vigilância de vírus respiratórios. Pesquisador em Saúde Pública.

  • Marcelo Menossi, professor de genética do Instituto de Biologia da Unicamp.

  • Marcia Castro, Professora de Demografia e Chefe do Departamento de Saúde Global e População na Faculdade de Saúde Pública de Harvard; diretora do Programa de Estudos Brasileiros do David Rockefeller Center for Latin American Studies, Universidade de Harvard; Observatório COVID-19 BR; e Rede Brasileira de Mulheres Cientistas

  • Marcus Aloizio Martinez de Aguiar, Prof. Titular Instituto de Física Gleb Wataghin, UNICAMP

  • Margareth Dalcolmo - Pneumologista, pesquisadora da Fiocruz; Presidente Eleita da Soc Bras de Pneumologia e Tisiologia 2022-2024

  • Maria Amélia de Sousa Mascena Veras, médica, professora e pesquisadora de FC MSCSP e membro do Observatório Covid-19 BR

  • Maria Luiza S. Mello, Professor Titular e Emérito do Instituto de Biologia da Unicamp.

  • Maria Luiza Saraiva Pereira, Professora e Pesquisadora, Prof. Titular do Depto. de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

  • Maria Ribeiro — Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades (FFLCH/USP) e Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.

  • Maria Silvia Viccari Gatti, professora aposentada do Instituto de Biologia da Unicamp, atual presidenta da Adunicamp.

  • Mariana Guenther, bióloga, professora adjunta do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco.

  • Mariana Varella, jornalista de saúde e pós-graduanda da faculdade de saúde pública da USP

  • Marina Fontolan - grupo InfoVid, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

  • Mario Dal Poz, Professor Titular, Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

  • Maurílio Bonora Junior, Biólogo, Mestre em Genética e Biologia Molecular na Unicamp, pesquisador e divulgador científico no Blogs de Ciência da Unicamp, Editor do Especial COVID-19. Colaborador no Todos Pelas Vacinas.

  • Melania Amorim - Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras

  • Mellanie Fontes-Dutra - Rede Análise Covid-19, Todos Pelas Vacinas, União Pró-Vacina, grupo InfoVid e Rede Brasileira de Mulheres Cientistas

  • Michelle Fernandez, cientista política, especialista em políticas públicas, pesquisadora do IPOL/UnB, pesquisadora-colaboradora da Fiocruz/PE

  • Monica de Bolle, Imunologista e Economista

  • Natália Martins Flores, jornalista e pesquisadora da Agência Bori/ Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp.

  • Nésio Fernandes de Medeiros Junior, Sec Estado do ES, vice presidente sudeste do CONASS

  • Patrícia Nardin, farmacêutica-bioquímica, Professora Assistente de Medicina da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

  • Paulo Inácio de Knegt López de Prado. Professor do Instituto de Biociências da USP e membro do Observatório COVID-19 BR

  • Paulo Inácio de Knegt López de Prado. Professor do Instituto de Biociências da USP, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ecologia da USP

  • Pedro Carvalho Diniz, médico coordenador do setor de urgência e emergência do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU/UNIVASF). Coordenador Médico da Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Petrolina, Pernambuco. Plantonista da Uti-covid do HU/UNIVASF até julho de 2021.

  • Rafael A Larocca - Imunologista

  • Rafael Lopes Paixão da Silva, Doutorando em Física no IFT-UNESP; Observatório Covid-19 BR. Pesquisa em epidemiologia matemática.

  • Rafaela da Rosa Ribeiro - Doutora em Biologia Celular. Pesquisadora e gerente de projetos de pesquisa científica em terapia celular. Divulgadora científica e membro de projetos de combate à desinformação sobre a Covid-19.

  • Rafaela Mota Ardigó, UTFPR, Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.

  • Roberto André Kraenkel, Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Observatório Covid-19 BR.

  • Rodrigo Araújo Lima Rodrigues, Biólogo, Virologista, Doutor em Microbiologia pela UFMG, pesquisador da Rede Corona-Ômica MCTI, resistente pós-doutoral na UFMG

  • Rute Maria Gonçalves de Andrade, Bióloga, Pesquisadora. Rede Análise COVID-19, Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.

  • Samir de Deus Elian Andrade - Biólogo e Doutor em Microbiologia pela UFMG, divulgador científico no Blogs de Ciências da Unicamp.

  • Sandra Maria Carmello Guerreiro, Instituto de Biologia, Unicamp.

  • Seleno Glauber de Jesus Silva, Cirurgião Vascular e Radiologista Intervencionista. Mestre em Ciências e Doutorando pela Unifesp/EPM. Editor Científico da Revista Ciências em Saúde.

  • Shirlei Maria Recco Pimentel, Professora e Pesquisadora do Instituto de Biologia da Unicamp.

  • Sidnei Miyoshi Sakamoto, professor Titular Livre da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Doutor pelo programa Epidemiologia Experimental e Aplicada às Zoonoses da FMVZ-USP

  • Silvia Fernanda de Mendonça Figueirôa. Professora Titular, FE/UNICAMP.

  • Simone Vieira, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM) da Unicamp

  • Tânia R. C. Vergara, médica infectologista, mestre em DIP pela UFRJ, doutora em DIP pela UNIFESP, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.

  • Thomas Lewinsohn - Professor Titular, Instituto de Biologia, Unicamp, Pesquisador Sênior, CNPq.

  • Vanessa Elias de Oliveira - Cientista Política, Professora Associada da UFABC e membro da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.

  • Vanessa Moraes de Andrade, Bióloga, doutora em Genética e Biologia Molecular, Professora Titular do PPGCS da UNESC

  • Vera Paiva, Professora Titular da Universidade de São Paulo, Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade

  • Verônica Porto Carreiro de Vasconcellos Coelho, Médica Pesquisadora, Imunologista- Instituto do Coração- FMUSP

Figuras referentes à consulta pública SECOVID/MS Nº 1, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2021

Cenário das vacinas no Brasil

As vacinas da COVID-19 estão se mostrando seguras, protetoras, abrangentes contra diversas variantes de preocupação e estão salvando vidas. Todavia, relatos de pessoas que tomaram o regime completo de vacinas e infelizmente tiveram COVID-19 grave ou vieram a óbito estão sendo noticiados. Todos nós precisamos entender nosso contexto em relação ao: 1) cenário, 2) dados dessas vacinas e 3) nosso papel na comunicação científica.

O movimento Todos Pelas Vacinas, assim, decidiu hoje falar sobre estas três questões.

1) CENÁRIO DA COVID-19

Em um cenário de alta transmissão e exposição, com muitas pessoas ainda suscetíveis ao vírus na população (sem histórico de COVID-19 e/ou não vacinadas), poderemos ter uma piora no cenário se não adotarmos, também, as medidas de enfrentamento e medidas de diminuição da circulação de pessoas, com protocolos claros de segurança (sem teatralizar a higiene), com restrição de atividades não essenciais, para fins de diminuição contágio. Uma pessoa completamente imunizada vai ter um risco menor de pegar a doença, ainda menor de agravar pela doença, mas este risco não é anulado num cenário de alta transmissão.

É fundamental ressaltar que este é um cenário vivenciado hoje no Brasil: alta transmissão, muita exposição, poucas vacinas.

2) DADOS DAS VACINAS

Nós conhecemos a performance de muitas vacinas contra a COVID-19 através dos estudos clínicos. Esses estudos clínicos, especialmente a fase 3, são realizados em condições controladas e se baseiam numa amostra da população para observar a eficácia e segurança da vacina. Em muitos desses estudos, não foram vistos agravamentos e óbitos na população vacinada.

Precisamos lembrar que, em um cenário não-controlado e considerando uma população muito maior, é possível observar agravamentos e óbitos mesmo no grupo vacinado, ainda que essa população tenha um risco substancialmente menor para isso. É o caso do estudo de efetividade de várias vacinas, como a Pfizer, AstraZeneca e a CoronaVac, por exemplo.

Sabemos que a resposta imunológica varia de acordo com a faixa etária e pessoas mais idosas têm uma resposta imunológica diferente das mais jovens. Em um estudo recente compartilhado em preprint observamos que a efetividade (ou seja, os dados de “vida real”) da CoronaVac foi menor do que o observado nos estudos clínicos para pessoas acima de 80 anos. Em primeiro lugar, esse estudo observou apenas casos sintomáticos de COVID-19. Não temos dados da efetividade quanto agravamentos, hospitalizações e óbitos. Em contrapartida, estudos analisando as taxas de óbitos entre Janeiro e Abril de 2021 mostraram que houve uma redução de 60% de óbitos na população acima de 80 anos.

Essa população foi majoritariamente vacinada com a CoronaVac. Mesmo que a efetividade mais baixa se confirme para casos sintomáticos, a CoronaVac pode ter uma efetividade maior em proteger contra agravamentos, hospitalizações e óbitos, como já está sendo observado nessa mesma faixa etária. Para qualquer afirmação mais contundente, precisamos de mais análises e dados transparentes. Muitas vacinas têm dose de reforço após algum período de tempo, não seria de se espantar que isso se mostrasse necessário também para as vacinas contra COVID-19.

Mas isso significa que o risco de agravamento e óbito é nulo em quem se vacinou? NÃO, e principalmente em virtude do cenário em que nós estamos. Ressaltamos que nenhuma vacina protege 100% contra qualquer desfecho, seja ele a infecção, transmissão, doença e óbito. Para garantir que o cenário mude precisamos que TODOS, mesmo vacinados, sigam com o uso de máscaras (preferencialmente PFF2), distanciamento físico, não aglomerando, ventilando ambientes e tendo muito cuidado com possíveis contatos e exposições. Essa recomendação vale para qualquer variante, antiga ou nova.

Aproximar pessoas não vacinadas de pessoas vacinadas sem manter os cuidados pode gerar um risco para todos os envolvidos, em especial aos não vacinados. Mesmo os vacinados podem ainda acabar se infectando e, em menor risco, devido à vacina, adoecendo.

Vacinas protegem e salvam vidas, mas precisamos somar a estratégia vacinal com as medidas de enfrentamento para criar um cenário de transmissão o mais baixo possível, amplificando a proteção observada pelas vacinas.

3) SOBRE AS COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS

Não são tempos fáceis e toda e qualquer comunicação que se relacione à COVID-19 (seja tratamento, diagnóstico ou vacinas) geram confusões. Neste sentido, nosso lugar como grupos de divulgadores científicos têm sido de cobrar mais transparência de dados, tanto quanto campanhas e comunicações precisas, claras e objetivas. É fundamental a população compreender que não existe segurança de 100% e isto é mais importante do que dizer que é 100% e termos pessoas se contaminando e, eventualmente, vindo a óbito.

As vacinas são seguras e a vacinação em massa protege, sim, a população. Submeter uma população à comunicação de dados de forma assertiva pode gerar mais insegurança e desconfiança na população.

Não é um problema a vacina não garantir eficácia ou efetividade de 100%, mas é um problema afirmarmos e enfatizarmos isso cada vez mais, frente ao caos cotidiano da circulação descontrolada do vírus, sem políticas públicas de testes, rastreamento, uso de máscaras filtrantes, distanciamento social e garantias sociais para isolamento de populações vulneráveis. Somada a políticas difusas, a comunicação científica precisa ser coerente com os dados científicos e não ser um agravante da situação que vivemos.

Pessoas que tomam vacinas podem contrair a doença, e em casos raros podem ter agravamento e vir a óbito. E isto não deve ser uma informação negada à população. Mas, é preciso que se diga que estes casos são raros e que há mais risco ao não tomarmos as vacinas. É preciso que as comunicações institucionais e científicas concentrem seus esforços no que sempre fizemos de melhor: campanhas efetivas pela vacinação, com informações precisas e que cheguem a todos.